O Câncer da Noiva
A mãe da Noiva se desespera e começa a gritar: “A noiva está doente. A Noiva está doente. Acuda! A noiva está doente” e assim todos os convidados ficam sabendo que a Noiva não conseguirá mais se casar por que foi parar no hospital. A Noiva foi internada e em poucas horas aquela que iria se casar já se encontrava em estado terminal.
Os convidados ficam todos alvoroçados querendo saber o que de fato a Noiva tem e procuram o Noivo, afinal Ele é onipresente, o único que pode saber o que de fato aconteceu com a Noiva.
E ao chegarem perto do Noivo mal conseguem falar, o Noivo está cabisbaixo e muito entristecido, todavia ao ver aqueles convidados se aproximando aos mais íntimo olhou nos olhos e chorando lhes disse:
“Minha Noiva está enferma, há muitos séculos, a minha Noiva foi criada no intuito de ser uma casa de oração para todos os povos, mas nem todos oram por ela. E orar significa fazer algo por ela. Primeiro fizeram da minha da Noiva um covil de ladrões, depois fizeram dela múltiplas religiões. Minha Noiva é santa, pura e imaculada, mas judiam dela o tempo todo como se para mim não representasse nada. Minha Noiva é o tempo todo hostilizada só porque a fiz diferente, ela é sensível, vê tudo que está em oculto, conto coisas para ela por meio de sonhos e ela guarda meus segredos e por isto as pessoas não gostam dela. Muitas por medo de ter os seus pecados ocultos revelados, outras por pura inveja, porque ela é íntima e minha amiga, então simplesmente a machucam rejeitando, ofendendo, ignorando ou acusando por coisas que nunca fez, mas já fizeram com ela tanta maldade em nome de uma tal espiritualidade. Contudo isto minha Noiva persevera obediente, servindo a minha gente, observando e anotando cada tumor que há em seu interior e assim me falou:
- Papai, um dia debaixo daquela árvore próximo ao teu sepulcro onde não estava, o Senhor me disse que eu seria enviada para ser a cura da tua igreja, não entendi o seu chamado se o tempo todo só fui machucada e se fosse só eu havia suportado, mas todas ás vezes que me levou a orar por aqueles que encontrava durante a caminhada, só orei pelos teus desigrejados, não entendia como aquelas pessoas podia deixar a tua casa se o Senhor era tão apaixonante, achava impossível, até sentir na pele o que cada um passava.”
E continuou me contando:
“Pai, desde os meus sete anos de idade quando sai com um caderno debaixo do braço, o meu único desejo era te encontrar, o Senhor sabe que passei por diversas religiões; a católica, a umbandista, a budista, a espírita e mais um monte daquelas seitas diferentes, até o Senhor ir a minha casa me encontrar e posso te dizer que em todas as religiões que me envolvi, foi somente quando entrei na tua casa eu realmente aprendi e conheci o que é maldade. Eu nunca tinha visto tanta maldade assim de tão perto, conheci perfeitos atores pregando no teu Altar, eu vi tanta imundice e tantos irmãos feridos e perdidos que mal pude acreditar. E hoje posso te dizer Aba que o pior tumor da tua Igreja é uma coisa chamada liderança. Há uma obsessão pelo o título, pela carteirinha de líder, seja de ministério, seja de grupo de discipulado ou um cargo mais ‘elevado’ como presbitério, pastorado ou apostolado, ou mesmo líder da carrocinha de pipoca, o grande objetivo é adquiri o título.
Esta turma passa tanto tempo perseguindo o título de liderança em alguma unidade eclesiástica entre muitos serviços ‘bem prestados’ que quem paga o preço mesmo é o obreiro que acabou de chegar, mas eles que recebem a honra, porém o que mais desejam mesmo é somente a fama. Passam tanto tempo se esforçando em mostrar os belos serviços e bom comportamento que nem tem tempo para ti, Senhor. Se até nos presídios o bom comportamento dá liberdade aos bandidos mais perigosos, como isto pode ser um requisito para serem escolhidos?
A verdade é que conheci gente gananciosa, gente manipuladora, gente mentirosa, gente ladra e também gente insegura, sem qualquer entendimento de identidade, que ao menor sinal de ameaça pelo o outro, sem entender quem é Cristo, acaba criando toda condição desfavorável para que seus filhos sejam humilhados e se sentido rejeitados saiam da tua casa mais feridos e machucados do que entrou.
Observando minuciosamente por cinco anos que entendi a dor de cada irmão que deixou a sua casa, eles não deixaram o Senhor, deixaram a Noiva e não foi por falta de amor, mas porque já estava morrendo diante a tantas regras engodas da religião miserável que abriga a cada domingo no coração corrompido pelo sistema da religiosidade e isto se dá por que não mantiveram ou nunca tiveram qualquer intimidade contigo, oh Pai. Seus objetivos sempre estão em preservar uma tal ‘boa’ reputação a qualquer custo diante aqueles de cargos superiores ao seu, pouco se importam o que o Senhor pensa se aos olhos de seus superiores estão sendo aprovados, por isto usam os cadáveres dos meus irmãos como escada para seus pódios pessoais.
Pai toda vez que me machucavam, me rejeitavam, me ofendiam, eu me afastava da tua casa por que pensava que aquilo era da tua vontade, se nós somos imagem e semelhança de Cristo e se seus líderes eram tão maus assim, eu temia duas coisas, ou ficar parecido com eles ou o Senhor ser como eles. Para mim debaixo daquela opressão, eles representavam o Senhor, só que em sua versão maldosa, julgadora e manipuladora”.
- E com tudo isto me entreteci, contou o Noivo aos convidados:
“Então, abracei a minha Noiva e pedi que não desistisse de mim e do nosso casamento, afinal tínhamos uma aliança, estávamos noivos, iriamos nos casar e o nosso amor seria eterno, contudo, como puderam testemunhar ela sucumbiu e não consegui chegar até o meu Altar, porém antes de entrar em estado terminal havia me deixado esta última carta:
“Pai, a minha alma humana geme, grita, chora e se desespera, pela minha dor, pela dor daqueles que estão fora, mas principalmente pela sua dor. Cada açoite naquela cruz representa um coração ferido e um filho afastado. E eu sei que o Senhor chora por que eu vi seu anjo derramando lágrimas em uma de suas moradas e eu me lembro muito bem do Senhor me dizendo: ‘Eles (pastores) não ligam que minhas ovelhas estão dispersas, eles não sentem o que eu sinto, eles não se importam quando elas saem da Igreja, mas eu me importo e choro por cada uma delas. É tempo destes pastores saírem do meu Altar para que meus filhos voltem para a igreja’.
Da minha parte eu gostaria de ver uma grande reforma, todos estes que só servem teus egos, teus bolsos, tuas vaidades bem longe e bem fora do Altar do Senhor e não pense que estes estão somente nas sinagogas de Satanás ou nas igrejas perceptivelmente hereges, não, este sistemas da aparência religiosa tomou os altares das digamos, das aparentemente igrejas honestas, onde os pastores são referenciais, influenciadores na internet, onde estes líderes são chamados a diversos congressos, conferências e suas igrejas ficam lá a mercê daqueles que estão almejando tomar seus lugares na primeira oportunidade.
Se o câncer da igreja se abriga nos corações das lideranças desgovernadas, eu só conheço uma cura, JESUS.
Enquanto estes líderes não forem preparados para não só terem o caráter de Cristo, não só o espírito da servidão de Cristo, não só coração obediente e apaixonado pelo Pai como Jesus teve, mas sobretudo o manto da invisibilidade que Jesus mantinha em seu ministério a Igreja continuará doente e ferindo aqueles que já estão mortos.
O manto da invisibilidade não é aquele somente que nos protege do ataque visível do inimigo, mas aquele que nos protege daquilo que se abriga escondido em nossos corações, aquele desejo oculto de ser reconhecido e ter visibilidade por aquilo que fazemos ou pelo cargo que conquistamos. Jesus embora fosse filho de Deus fazia o possível para manter o seu anonimato, sempre que curava pedia para contar o milagre, mas nunca quem o fez.
Jesus somente fazia o que o Pai mandava, ele não fazia absolutamente nada para ser reconhecido e aprovado por homens, nunca almejou cargo na sinagoga local, nunca usou carteirinha de líder e nunca deu ‘carteirada’ pela posição que ocupava. Apenas amava, não de boca, mas de fato, em ações diárias e seu amor curava e libertava, o seu amor produziu os maiores espetáculos de milagres que a terra já viu.
O evangelho é simples, mas há muitos homens e mulheres vestidos de lobos em pele de cordeiro complicando, sujando não só o Altar, mais expulsando os filhos de Deus da sua presença com ações e atitudes. Não há carteirinha neste mundo nem cargo eclesiástico que vai impedir de muitos ouvirem: ‘Se aparta-te de mim que não o conheço’.
Pai, eles não entendem que se você não é conhecido no céu, não há carteirinha que justifique tanta barbaridade feita na terra, é tempo de rasgar os títulos e sondar os próprios corações, porque titularidade não é sinônimo de autoridade, autoridade só tem quem tem intimidade com o Rei dos Reis no reino dos céus e isto só é dado para aqueles que renunciam a si mesmo por Amor a Cristo Jesus. Só quem já foi verdadeiramente amado por ti está habilitado a ensinar a amar. Mas que amor é este que se corrompe facilmente por uma carteirinha, por um cargo ou uma tentação?
Se um médico precisa estudar seis anos para cuidar de um corpo, não é um curso de três ou seis meses que dará esta autoridade, uma pessoa não pode ser levantada para cuidar dos seus filhos após seis meses de curso, eles não irão cuidar de papel, isto não é cargo administrativo, eles irão cuidar de pessoas com corpo, alma e espírito.
Pai onde estão os teus servos? Eu não suporto mais ver tanta injustiça, minha alma está doente e o meu espírito desesperançoso, eu sou a sua Noiva. ”
E diante disto, o Noivo pergunta aos seus convidados: Como você pode me ajudar a salvar a minha Noiva?
Por Vanessa Dasi
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